Um levantamento divulgado pelo MapBiomas revelou um dado alarmante sobre o ritmo da degradação ambiental no país. Entre 1985 e 2024, o Brasil perdeu 111,7 milhões de hectares de áreas naturais, o que equivale a uma extensão territorial superior à da Bolívia, país que possui aproximadamente 109,8 milhões de hectares.
A pesquisa, que analisou imagens de satélite e séries históricas de uso e cobertura da terra, identificou que a maior parte dessa perda está associada à expansão da agropecuária e à pressão crescente sobre biomas como Amazônia, Cerrado e Pantanal. A conversão de florestas, campos e outras vegetações nativas para atividades agrícolas e pecuárias representa a principal causa da transformação da paisagem brasileira nesse período.
Segundo os pesquisadores, o avanço da degradação também está relacionado a eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e incêndios florestais, intensificados pelas mudanças climáticas. O relatório aponta que o ritmo da perda ambiental coloca em risco não apenas a biodiversidade, mas também os serviços ecossistêmicos essenciais, como a regulação do clima, a manutenção dos recursos hídricos e a fertilidade do solo.
Especialistas alertam que a reversão desse cenário depende de políticas públicas efetivas, fiscalização ambiental rigorosa e incentivos econômicos para práticas produtivas sustentáveis. O estudo reforça que o Brasil, por sua dimensão e riqueza natural, desempenha papel estratégico no equilíbrio climático global — e que a preservação dos seus ecossistemas deve ser tratada como prioridade urgente.
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