Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) o chamado “tarifaço” do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. A medida, anunciada durante sua gestão e retomada em meio ao atual cenário eleitoral norte-americano, impõe pesadas tarifas sobre a importação de aço e alumínio brasileiros, afetando diretamente a balança comercial entre os dois países.
A nova taxação, que chega a até 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, foi justificada por Trump como uma forma de proteger a indústria americana da concorrência estrangeira. Segundo ele, países como o Brasil estariam “desvalorizando artificialmente suas moedas”, prejudicando os produtores norte-americanos.
A decisão tem gerado forte repercussão no setor industrial brasileiro, principalmente entre empresas exportadoras de metais. O Instituto Aço Brasil estima que a medida pode gerar perdas superiores a US$ 1 bilhão por ano e provocar demissões em massa no setor. “Essa decisão representa um duro golpe para a indústria nacional. Cerca de 30% do aço exportado pelo Brasil tem como destino os EUA”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo da entidade.
O governo brasileiro, por sua vez, classificou a medida como injusta e afirmou que irá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Em nota, o Itamaraty declarou que o Brasil continuará dialogando com autoridades norte-americanas para tentar reverter a decisão. “Estamos abertos ao diálogo, mas também prontos para defender os interesses da nossa indústria”, afirmou a nota oficial.
Analistas avaliam que a medida tem forte cunho político e ocorre em um momento estratégico para Trump, que tenta consolidar sua base eleitoral com um discurso de proteção à indústria e geração de empregos no país. A retomada de políticas comerciais agressivas pode sinalizar um retorno a práticas protecionistas em caso de reeleição do ex-presidente nas eleições americanas de novembro.
Enquanto isso, empresários brasileiros buscam alternativas para escoar sua produção e reduzir os impactos das novas tarifas. A diversificação de mercados e o fortalecimento de parcerias com Europa e Ásia estão entre as estratégias discutidas por exportadores.
O “tarifaço” marca um novo capítulo na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos e traz incertezas sobre o futuro das trocas bilaterais. Resta saber se o diálogo diplomático será suficiente para reverter uma medida que ameaça empregos, investimentos e o crescimento de setores-chave da economia brasileira.
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