quinta-feira, 10 de julho de 2025

Preço do café dispara nos EUA após sobretaxa de 50% sobre importações do Brasil


O preço do café nos Estados Unidos sofreu forte alta nesta semana, após o anúncio do governo Donald Trump de uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil, maior produtor e exportador mundial do grão. A medida, que entra em vigor no dia 1º de agosto, foi justificada pela Casa Branca como uma retaliação a supostos “ataques à liberdade de expressão” por parte do governo brasileiro. 

Apesar da justificativa política, a decisão gerou reação imediata nos mercados. Especialistas apontam que a tarifa deve encarecer significativamente o café para o consumidor americano e aumentar a volatilidade global da commodity. Após um período de baixa nos preços internacionais, os contratos futuros registraram alta de mais de 12% nas bolsas de Nova York e Londres apenas nas últimas 48 horas. 

“Essa decisão impacta diretamente a cadeia produtiva e de abastecimento nos EUA, que dependem fortemente do café brasileiro, conhecido pela qualidade e pelo volume”, explica Sandra Cohen, analista de comércio internacional da Global AgriTrade. “Os consumidores americanos sentirão o reflexo nas cafeterias e supermercados em poucas semanas.” 

O Brasil respondeu com nota oficial afirmando que “repudia qualquer acusação infundada” e que avalia medidas diplomáticas e comerciais. Em 2024, os Estados Unidos registraram superávit de US$ 7,4 bilhões no comércio com o Brasil, o que torna a decisão ainda mais polêmica entre analistas. 

Organizações do setor cafeeiro, como a National Coffee Association (NCA), também se manifestaram, pedindo ao governo que reconsidere a tarifa para evitar prejuízos aos negócios locais. Pequenos torrefadores e redes independentes de cafeterias já demonstram preocupação com o aumento de custos. 

O impacto da medida não se restringe aos EUA. A mudança tende a redirecionar parte da oferta brasileira para outros mercados, o que pode pressionar preços também em países europeus e asiáticos, aumentando a instabilidade do mercado global. 

Com a proximidade do início da vigência da tarifa, as incertezas se intensificam. Especialistas temem uma escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do continente americano, em um momento já marcado por desafios geopolíticos e econômicos globais.

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