Um pastor estende a outro, no intervalo do culto, a tela de um celular com a face de Jair Bolsonaro (PL) estampada na capinha. Queria mostrar um meme que associa o presidente a uma clássica propaganda de remédio: "Tomou Doril, a dor sumiu".
Também Bolsonaro desapareceu do mapa político desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o bateu nas urnas. E pastores que marcharam ao seu lado durante toda a campanha eleitoral não vão mentir: esperavam mais dele.
Para ficar na metáfora matrimonial da qual Bolsonaro é tão afeito, o líder de uma grande igreja do país, que nos dois turnos da eleição vestiu verde e amarelo para não deixar dúvidas sobre de que lado estava, compara: muitos pastores estavam dispostos a seguir com ele na alegria e na tristeza, como manda o tradicional voto de casamento.
Mas Bolsonaro apequenou sua biografia ao não oferecer uma palavra de conforto para a multidão que o escolheu no pleito.
A maioria fala sob reserva, e sempre na mesma toada: a decepção com o sumiço do presidente, que quase nada falou após a derrota, é generalizada. Só há divergências sobre como ele deveria se posicionar neste momento.
Fonte: Política ao minuto
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