terça-feira, 1 de junho de 2021

UFMG identifica 68 bebês nascidos com anticorpos contra Covid-19


Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou 68 bebês nascidos com anticorpos contra a Covid-19 por meio de um estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da instituição. Os resultados preliminares divulgados neste mês de maio são o desenlace dos mais de 500 testes realizados com recém-nascidos e suas mães.

Mesmo com os impactos sofridos pela pandemia, como em todas as outras instituições do país, a UFMG não teve suas aulas e estudos suspensos. Pelo contrário, a Universidade se organizou para favorecer as pesquisas desenvolvidas no âmbito da saúde e, principalmente, que auxiliassem no combate ao coronavírus. É o que explica a coordenadora do Comitê de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG, Cristina Alvim: "Nós buscamos adaptar nossos cursos da saúde a essa difícil situação imposta pela pandemia. Transferimos grande parte do ensino para as atividades remotas, preservando a qualidade desse ensino, e priorizando o retorno das atividades práticas dos estudantes da área da saúde que fazem atividades práticas clínicas assistenciais".

A professora do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Claudia Lindgren, afirma que o projeto de identificação dos anticorpos surgiu de uma demanda da Secretaria Estadual de Saúde do estado, no sentido de organizar a rede assistencial para receber as pessoas pós-Covid. "Em agosto, a partir do convite da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, nós planejamos a pesquisa e colocamos em campo a partir de abril de 2021. Antes disso, nós tivemos um trabalho de articulação com os municípios que fazem a coleta do teste do pezinho nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)”.

A pesquisa, que utiliza como método o teste do pezinho e a testagem das mães, foi viabilizada a partir da parceria com o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da UFMG (Nupad). "Todos os testes foram realizados no Nupad. Além disso, ele é o laboratório responsável pela realização do teste do pezinho de todo o estado de Minas Gerais", afirmou Claudia Lindgren. Criado em 1993, o Nupad realiza atividades de extensão, pesquisa e ensino, com destaque na área da saúde da criança e da mulher, especialmente por meio de procedimentos e técnicas em triagem neonatal, triagem pré-natal e genética.

Nesse sentido, Cristina Alvim também evidencia a importância dos laboratórios da UFMG no desenvolvimento dos projetos da Universidade. "Os laboratórios da UFMG foram colocados no enfrentamento da pandemia, realizando os testes da rede pública do nosso estado. Isso ajudou a produzir dados epidemiológicos, acompanhamento da pandemia, que nós sabemos que é muito importante", afirma.

Claudia Lindgren afirmou, ainda, que os próximos passos da pesquisa se darão no acompanhamento dos bebês durante dois anos. "Nossa principal preocupação no momento é o desenvolvimento neuropsicomotor, por conta da exposição ao vírus durante o período de desenvolvimento cerebral do feto", afirmou. Dessa forma, o grupo de pesquisa realizará o acompanhamento tanto dos bebês soropositivos quanto dos soronegativos, numa tentativa de comparar as ocorrências nos dois grupos.

Assessoria de Comunicação Social do MEC

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